Nesta atividade, vamos fazer uma tinta natural. Você precisa conhecer a receita da tinta e testar antes de fazer com as crianças. Você precisará de:
- 100gr de cada pigmento natural: urucum ou colorau para obter a cor alaranjada, terra para obter o marrom e pó de carvão para tons em preto e cinza;
- 3 frascos com tampa; 3 colheres ou palitos de sorvete; 100 ml de cola branca e 50 ml de água.
Em um recipiente, coloque o pigmento e a água e misture até dissolver bem. Depois, acrescente a cola e misture novamente. Você pode adicionar mais pigmento para obter uma coloração mais viva ou adicionar mais cola para tons mais claros.
Materiais:
Selecione os materiais descritos na receita da tinta e deixe-os à mão (urucum ou colorau, terra, pó de carvão, cola, água, colheres ou palitos de sorvete e recipientes transparentes com tampa). Os ingredientes serão manipulados pelas crianças. Por isso, reserve três recipientes transparentes, algo em torno de 500ml, um para cada grupo. Separe alguns pincéis, um pote com água para colocarem os pincéis e suportes para pintura, preferencialmente tampas de caixas de sapatos por serem mais rígidas.
Espaços:
A atividade deve ser realizada em um espaço interno, como a sala das crianças. Disponha de, pelo menos, três mesas nesta sala e separe uma delas para fazer a manipulação dos elementos. Organize alguns cantos com materiais ou brinquedos que são de preferência da turma, para que possam explorar de maneira autônoma enquanto o professor acompanha a atividade com um pequeno grupo. Nós sugerimos dois cantos diferentes: um com peças de montar e outro com folhas de sulfite, giz de cera, canetinhas e materiais para desenho. Se você já trabalha com cantos temáticos, garanta que as crianças brinquem de forma autônoma, explorando esses espaços.
Tempo sugerido:
Aproximadamente 1 hora.
Perguntas para guiar suas observações:
O que as crianças sabem sobre pigmentos naturais? Quais elementos que estão presentes no cotidiano escolar, ou no contexto familiar das crianças, possuem coloração e podem ser utilizados como pigmentos naturais?
As crianças percebem que alguns alimentos possuem uma coloração bastante perceptível e que são expelidas facilmente no toque (como, por exemplo, beterraba, amora, morango e outros que a turma conheça)?
Quais as hipóteses das crianças a respeito da mistura de elementos? Elas conseguem estabelecer estratégias para chegarem ao objetivo proposto?
Para incluir todos:
Identifique barreiras físicas, comunicacionais ou relacionais que podem impedir que uma criança ou o grupo participe e aprenda. Reflita e proponha apoios para atender as necessidades e diferenças de cada criança ou do grupo. Se alguma criança apresentar resistência para tocar e sentir os elementos, estimule-a propondo que sinta o cheiro e toque somente se quiser. Peça para um colega contar como é aquele elemento e o que sentiu ao cheirá-lo e tocá-lo. O momento da manipulação dos elementos não precisa necessariamente ser realizado em uma mesa, também é possível realizar as experimentações no chão, conforme a necessidade das crianças.
O que fazer durante?
1
Faça uma roda com o grande grupo e converse a respeito dos alimentos que conhecem e que soltam pigmentação. Pergunte se conhecem algum alimento ou elemento da natureza que solta coloração simplesmente ao ser tocado. Ouça as experiências e conhecimentos que trazem e pergunte como descobriram que estes pigmentos soltam essa coloração.
Possíveis falas do professor: Vocês sabiam que alguns alimentos e alguns elementos da natureza possuem uma coloração, uma tinta? Vocês conhecem algum que solta cor bem facilmente? Como você sabe que este alimento solta cor assim? Alguns outros elementos são necessários apertar e espremer para que a coloração saia. Alguém sabe me dizer um elemento que precisamos apertar para que solte uma água colorida? Você já manuseou algum deles? Como ficou sua mão? Há também outros que, mesmo apertando e espremendo, não soltam cor. Quem poderia me dizer o nome de dois elementos que, mesmo quando apertamos, não deixa cor nenhuma em nossas mãos?
2
Apresente para a turma um elemento que não solta coloração, como, por exemplo, a banana. Peça para que toquem, sintam, apertem e verifiquem se saiu alguma água colorida ou se a mão de quem apertou ficou com alguma coloração diferente.
Proponha ao grupo a elaboração de uma tinta para pintura utilizando elementos da natureza. Pergunte quais elementos eles acham que podemos utilizar e por que estes elementos e não outros. Interaja com as crianças enquanto expõem suas hipóteses, fazendo algumas perguntas que instiguem o grupo.
Possíveis falas do professor: Será que qualquer elemento da natureza serve para fazer a tinta? Qual vocês acham que podemos usar? Como podemos fazer para descobrir quais elementos servem? O que vocês acham que devemos fazer com eles? Será que é necessário misturar com mais alguma coisa? O que podemos colocar na mistura?
3
Ouça o que as crianças têm a dizer e como vão buscar respostas para o problema apresentado. Muito possivelmente as crianças darão várias sugestões de outros ingredientes para juntar a mistura, podendo sugerir a água e a cola. Caso nenhuma criança sugira, esclareça que, além de elementos da natureza, será utilizada uma quantidade de água e de cola e que, por meio de experimentações e misturas, será obtida a tinta como resultado.
Diga às crianças que você escolheu três materiais extraídos da natureza e que alguns provavelmente são conhecidos e fáceis de encontrar. Convide-os a explorar os recursos apresentados de maneira que toquem e sintam os cheiros, forma, texturas. Por meio desta prática, eles devem observar e experimentar as diversas sensações. Como estarão em roda, você pode passar os recipientes com os elementos para alguns do grupo e pedir que, após sentirem, passem para o colega ao lado. Tenha o cuidado de observar se todos os alunos tiveram acesso aos três elementos.
4
Esteja atento para as falas das crianças neste momento de experimentação e aproveite pararegistrar ou fotografar. Este registro será utilizado no engajamento com as famílias. Pode ser que alguns não se sintam a vontade ou não queiram participar. Neste caso, para incluir a todos, estimule a participação pedindo para que um colega auxilie o outro, convidando o amigo e contando como é. O professor deve instigá-los a comentar suas impressões sobre a vivência.
Possíveis falas do professor: Quem sabe o que é isto? Como você descobriu o que é? Por que será que a professora escolheu este elemento para usar?
Aproveite o conhecimento prévio das crianças para reforçar que existem outras possibilidades, as quais resultarão em outras cores e que poderão também ser experienciadas pelo grupo em outro dia.
5
Após tocarem e sentirem os elementos, coloque um em cada mesa diferente. Convide as crianças para se dirigirem para a mesa onde está disposto o elemento que mais gostaram. Anote em seu caderno os grupos que se formaram e escolha um deles para começar. Explique aos pequenos que cada elemento será manipulado por um pequeno grupo e que só será possível atender a um grupo de cada vez durante a experimentação. Diga com qual você vai começar e oriente o restante da turma a brincar nos cantos da sala, já preparados para esse momento. Esclareça que depois (ou no dia seguinte) será a vez do outro grupo realizar esta atividade de experimentação e que todos participarão.
6
Ofereça ao grupo um recipiente com 50ml de água e outro com 100ml de cola branca, colheres ou palitos de sorvete e um recipiente transparente, onde realizarão a mistura. Diga às crianças que produzirão tintas por meio da experiência de misturas e convide-as a misturar os elementos livremente, observando as transformações. Oriente que coloquem os materiais aos poucos e mexam devagar, para que vejam como está ficando. Possibilite que o grupo faça a experimentação até ficarem satisfeitos com o material produzido. Se possível, fotografe este momento.
Caso perceba que a mistura ainda não virou tinta, faça mediações como:
Possíveis falas das crianças: o meu não está ficando bom, está com muita água; não consigo misturar o meu, não está dissolvendo.
Possíveis falas do professor: Como você percebeu que colocou muita água? E agora, como podemos resolver? O que podemos colocar para que não fique tão aquoso? ou O que podemos colocar para que você possa misturar melhor? Você acha que já está bom? O que acontece se colocarmos um pouco mais de cola? Como podemos fazer para que a cor fique mais forte? E se quisermos que ela fique mais clara?
7
Quando finalizarem a tinta, convide as crianças para testarem a mistura. Ofereça pincéis e suportes. Dê preferência para suportes mais rígidos e que absorvam melhor a substância, como caixas de sapato, por exemplo. Potencialize para que pintem livremente, utilizando as tintas elaboradas.
Para finalizar:
Após finalizarem as pinturas, proponha à turma a organização do espaço. Mostre onde é o lugar de cada material. Disponha um recipiente com água para a colocação dos pincéis. Indique onde poderão guardar as tintas já devidamente tampadas e um outro espaço onde poderão colocar as produções para secar. Caso o grupo já conheça alguma música para este momento de organização do espaço, é a hora de cantá-la. Caso não conheçam, sugerimos a canção “ Nós vamos guardar”, de Fabiana Godoy, disponível no Youtube
Desdobramentos
É possível repetir a atividade utilizando outros elementos como amora, açafrão, terra, beterraba, couve, espinafre e erva-mate, que resultarão em tintas de outras cores; Depois de prontas, o grupo todo poderá usufruir de vários tons. Amplie a atividade fazendo referências aos costumes e cultura dos povos indígenas, os quais usam tintas naturais para pintar seus corpos em rituais e comemorações ou aborde a temática da sustentabilidade e a importância do cuidado e preservação da natureza.
Engajando as famílias
Agora é hora de usar aquelas fotos que você tirou e falas que registrou. Monte um painel com essas fotos e use os registros das falas das crianças para compor o quadro. Reserve um espaço para escrever um texto que conte à família a atividade desenvolvida durante a semana e como as crianças se envolveram no processo. Separe algumas linhas em branco e solicite que, por meio da observação das imagens, expressem a impressão que tiveram da atividade realizada. È possível também encaminhar, via agenda da criança, uma foto um pouco ampliada do painel e o texto que o acompanha, para que a família que não pôde comparecer à escola também participe.
Experimentações com tintas e pigmentos naturais
Apresente a proposta Faça um pequeno vídeo contando que você descobriu uma forma de fazer tinta natural e que encontrou uma receita atrás de uma embalagem ou livro de receitas. Mostre um pouco de tinta preparada por você e faça o convite: - Que tal prepararem uma tinta em família?
Envie o vídeo por Whatsapp ou outra plataforma de comunicação com as famílias.
Adaptações necessárias Convide as famílias para realizarem com as crianças a produção de tinta com pigmentos naturais. Envie a receita junto ao convite:
Ingredientes: - 100gr de cada pigmento natural: urucum ou colorau para obter a cor alaranjada, terra para obter o marrom e pó de carvão para tons em preto e cinza; - 3 frascos com tampa; 3 colheres ou palitos de sorvete; 100 ml de cola branca e 50 ml de água.
Receita: Em um recipiente, coloque o pigmento e a água e misture até dissolver bem. Depois, acrescente a cola e misture novamente. Você pode adicionar mais pigmento para obter uma coloração mais viva ou adicionar mais cola para tons mais claros.
Sugira às famílias Convide as famílias para prepararem uma receita de tinta com as crianças. Proponha que deixem elas selecionarem, medirem, misturarem, experimentarem, verificarem se falta algum ingrediente, a consistência da tinta etc.
Durante a preparação, sugira que o adulto chame a atenção da criança para as diversas transformações que acontecem quando os pigmentos são inseridos. Com a receita pronta, proponha que as crianças possam testar as tintas em suportes variados, como papéis, papelões, madeiras, paredes, etc., criando as próprias produções. .
Para compartilhar com o grupo Se possível, solicite que os familiares compartilhem fotos das produções das crianças, de modo que você possa agrupá-las para construir um álbum da turma. O álbum pode ser partilhado com todos via Apresentações Google (disponível aqui), ou por Whatsapp.
Conforme você compartilha, é possível que mais famílias se sintam estimuladas a realizarem a atividade.
Este plano de atividade foi elaborado pelo Time de Autores NOVA ESCOLA
Autor:Josiane Souza do Porto
Mentor:Elisiane Andreia Lippi
Especialista do subgrupo etário: Mônica Sâmia
Campos de Experiência:Traços, sons, cores e formas. Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações. O eu, o outro e o nós.
Objetivos e códigos da Base
Centrais:
(EI03TS02) Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobradura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.
(EI03ET04) Registrar observações, manipulações e medidas, usando múltiplas linguagens (desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferentes suportes.
Transversal:
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.
Abordagem didática: Apreciar significa observar com maravilhamento, uma atitude muito própria da infância, mas por vezes pouco valorizada e estimulada pelos adultos. A educação do saber sensível, estético é fundamental para o desenvolvimento das crianças, pois assim elas apuram seu olhar sobre o mundo, aprendendo sobre cores, formas, linhas, cheiros, texturas, formas, ao tempo em que se sintonizam com as belezas naturais, aprendendo a valorizá-las e a compreender os ciclos de vida e a desenvolver uma atitude respeitosa e contemplativa da natureza.